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Bem-Vindo!

quarta-feira, 12 de maio de 2021

Juventude

Em um momento pensei em fugir 

No outro me esconder 

Queria viver 

E mesmo assim não crer 

Tudo que se escondia me sufocava... 

Toda melodia me consolava ... 

Tentava não perceber a maldade humana, Mas eram tão grandes as infâmias 

Que até os olhos dos cegos viam a lama. 

Sonhava com novo ideais, 

Mas minha ideologias mesquinhavam mais e mais Me perdi no tempo 

E não mais me entrei. 

Me vi de repente em um muro de indecisões Enquanto a idade me lançava contra a parede Ordenando-me a subir 

Os vícios me puxavam para um abismo Onde via-se claramente o fim. 

Conheci novos astros 

Novas canções 

Ri de piadas sem graça 

E em tantas irônicas risadas 

Pensei: que palhaço sou eu? 

Dancei a dança dos miseráveis 

Meu corpo se enchia de raiva 

e o tédio pelas lembranças passeavam 

Voltei a ter medo do escuro 

A acreditar em absurdos 

Voltei a ser judiado 

A ficar indignado 

Só não posso voltar 

A ser inocente 

Dos erro emergentes 

Quais já cometi. 


Lindaura Santana (época do magistério, provável 2000-2002)

Publicado na Antologia Poética 'Poesia Livre, Vivara Editora, 2021.


Procura

Naquele dia - senti na pele

O frio de um vento saudosista,

Memórias afetivas  de uma pessoa

Que não  mais existirá.


Certo dia - senti na derme

O calor do sol me despertando:

  • Lembra-te daquele ser corajoso?

           Onde ele está?


Um dia - na escuridão da noite

Vi um vulto semelhante à esperança

Me estiquei, tentei …

Mas não consegui segurar. 


Dia  a  Dia - sob a claridade da manhã

Dentro de uma curiosidade infantil

Busco encontrar  aquele alguém

A quem eu tanto admiro, sempre admirei.


No dia  não branco - No dia não preto

No dia ameno de dor

Pinto-me arco-íris e  até que enfim a sinto

Dentro de um sorriso, em mim.


Todo dia é dia - para molhar-me na chuva

Do desejo, da procura, de encontrar novamente.

Os meus Eus perdidos, nos dias de outrora

Que não voltam mais. 


Lindaura Santana (Salvador-Ba, 2021)

Publicado na Antologia Poética 'Uma Poesia Para Cada Dia, Lura Editoria, 2021

quinta-feira, 25 de março de 2021

O Engano

                              (a pedido de um amigo)



Chegou para mim com passos leves

Um cordeiro a embalar meus sonhos

Dizendo-me sempre o impossível

Recitou-me palavras musicais ao pé do ouvido


Catuquei-me em beliscões:

Verdade ou delírio?

Tocou-me em intensas sensações

De todas as estações - do verão ao inverno


Envolveu-me em braços infinitos

Limitou meus olhos à sua Íris

Resumi minha fala em:

Você, Meu, Nosso e Querido.


Furtei de mim uns planos

Para realizar os de quem amo.

De repente! 

Num ato estranho,

Tentando cumprir seus oceanos,

Meu barco naufragou.

Errei ao não comandar os remos.


Sedenta em um oceano


Tudo fugiu no mesmo instante.

Sem Iris, braços, abraços e ouvidos.

Só viagem e silêncio.


Onde está,

Logo agora que preciso?

Por que antes não pude ver a verdadeira face?

Me enganei tão drasticamente!


No deserto tendo um oásis não me destes água.


Agora não sei como guardar na memória

Se… Um ser áspero e cruel, mas verdadeiro

Ou… Um ser amigo, doce, mas arteiro 

Condicionado pelo engano.


Lindaura Santana (Santo Amaro, 2012)

Publicado na Coletânea de Poesia Mulherio das Letras na Lua, Editora In-Finita Maio 2021.


Janeiro


Agora começa a minha vida!

Se existiu o passado

Esse já foi esquecido.

Eu me faço humana,

              traço metas,

              crio sonhos.

 

Tudo é simples.

Nada foi tocado.

Os homens novamente são crianças.

Crianças verdes e imaturas

Que tentam comprar confiança.

                   

                  São tolas!

Os homens são tolos!

Confiança não se compra com o nada

                        se compra com o real!!

          

            -Droga!!!-

 

Perante a reflexão

O verde é descartável,

No segundo dia de vida

O sorriso foge de cada rosto,

O mundo volta a ser velho

E, então, recordo o remoto passado.



Lindaura Santana (Santo Amaro -BA, 2010)

Publicado na Antologia Poética Poesia Agora Verão, Junho 2021

5ª Corda na Casa 3



Que triste música fez-se o dia! 

Um que se constrói no ventre imaturo, 

Outro se perde na esquina por um revólver. 

Dá-se nos sonhos, 

compram os medos, 

A volta no abandono. 

Mi ram na indiferença, 

Mi ram nos preconceitos, 

Mi apontam os culpados… 

zem marchas, 

zem guerrilhas, 

bricam membros para as lutas, 

Mas… 

O Sol não nasce para todos! 

E em seus jardins só colhem a ignorância. 

Idealizam um palpável, 

Onde a igualdade Si faz presente em todos os cantos habitados, 

Onde não há o porquê sentir . 

Pois a pena é uma música melancólica, 

Tanto para quem a canta, quanto para quem a ouve. 


Lindaura Santana (Santo Amaro-BA, 2009)

Publicado na Antologia Poética Poetize 2021, Editora Vivara, Março 2021.



Bem-Vindo!